Consumir é, em maior ou menor grau, eliminar carências que, muitas vezes, são expressas a partir da relação simbólica que mantemos com as mercadorias. Não à toa, nosso consumo tem, cada vez mais, um viés de compensação. O mundo fora dos shoppings é incerto e inseguro. O afeto anda escasso. Assim, compramos porque merecemos, não porque precisamos.
A indulgência tornou-se obrigação diante dos incontáveis sacrifícios da vida contemporânea. O sorvetinho premium é só um mimo, vai. E de recompensa em recompensa, liberamos dopamina, substância química que nos dá a sensação de prazer ou bem-estar. Pena que a sensação dure pouco. E logo, logo, vamos suprir mais uma carência. A próxima vitrine apontará quem a gente poderia ser e não é. Talvez seja esse o tripé que mantém a engrenagem: carências-mercadorias-dopamina.
Concordo plenamente, Érica.
ResponderExcluirEu sou um exemplo.
Não sou fashin victim, mas no mês do meu aniversário me trato "muito bem", fico bem "mimada".
Só penso assim: eu mereço ;> )
bjnhs